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Foto: Dr. Vidal Haddad Junior

O peixe-leão, animal de corpo listrado bem característico e que encanta por sua beleza, representa um risco para a saúde e uma ameaça à biodiversidade brasileira. A espécie que não é endêmica, ou seja, não é natural do país, começou a surgir no litoral norte, aumentando o alerta local. Com isso, o Ministério do Meio Ambiente criou uma campanha para orientar a população e turistas, uma vez que o contato com o animal pode ocasionar muita dor. Seu corpo possui grandes espinhos venenosos espalhados pelo dorso, um sistema natural de defesa contra possíveis predadores.

Para ampliar o conhecimento público sobre o que pode ocorrer caso você entre em contato com esse peixe, separamos dados enviados pelo Dr. Vidal Haddad Junior, professor livre-docente da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista e membro da Comissão Científica da SBD Nacional. 

Desde o ano 2000 é observado um aumento alarmante de peixe-leão (lionfish) na natureza. Isso começou a ocorrer nos Estados Unidos e, posteriormente, na região caribenha. A provável causa do ocorrido é a fuga dos animais de aquários de exposição, após catástrofes naturais. 

E agora ele começa a aparecer em países da América do Sul, inclusive o Brasil.Já foram encontrados peixes no Rio de Janeiro (que podem ter sido soltos), em Fernando de Noronha e no Ceará (certamente invasores). Mas eles são poucos e a invasão está apenas iniciando.

Para o equilíbrio ambiental, os peixes-leão se alimentam de espécies locais, desequilibrando o ecossistema. Para os humanos, o risco se dá pela interação e posterior ferimento.

Seu veneno tem efeito cardiotóxico e citotóxico, além de afetar a transmissão neuromuscular. Tais características podem provocar dor intensa e inchaço localizado, bem como náuseas, mialgias e cefaleia. 

Por ainda não termos uma população mais robusta de peixe-leão no Brasil, é difícil que acidentes ocorram durante o banho de mar e atividades náuticas. Mas caso o acidente aconteça, o ideal é mergulhar o local afetado em água quente (tolerável) de 30 a 90 minutos e usar um analgésico. Na sequência, procure auxílio médico, pois podem acontecer quadros de infecção. 

E caso você capture um peixe-leão, tenha muito cuidado ao manipulá-lo. Contate as autoridades locais e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).