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Por Priscila Kakizaki, membro da SBD e Diretoria da SBD-RESP, gestão 2023-2024

Diante da recente polêmica referente ao uso do Minoxidil oral no tratamento dos casos de alopecia, a Sociedade Brasileira de Dermatologia –  Regional São Paulo (SBD-RESP) vem a público prestar os seguintes esclarecimentos:

A queda de cabelo é uma das principais queixas no consultório do dermatologista. Várias causas devem ser pesquisadas. Uma das causas mais frequentes é a alopecia androgenética (calvície).

A alopecia androgenética é uma doença crônica com influência hormonal. O tratamento  engloba o uso do Minoxidil (tópico e/ou oral) e dos bloqueadores hormonais. Cada caso deve ser conduzido de forma individualizada. Em casos selecionados pode ser indicado o transplante capilar.

O Minoxidil oral foi desenvolvido em 1970 e indicado para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). Seus efeitos colaterais são conhecidos desde esta época. O efeito colateral do Minoxidil costuma ser  dose-dependente, o que quer dizer que quanto maior a dosagem, maior e mais frequente os efeitos colaterais.

Nos últimos anos, tem sido estudado o uso do Minoxidil oral em baixas dosagens para o tratamento de algumas alopecias. Em doses baixas, os efeitos colaterais são menos frequentes e também menos intensos.

O dermatologista é o médico indicado para avaliar de forma criteriosa: a indicação do medicamento, as contraindicações que impeçam seu uso,  a necessidade de uma avaliação cardiológica antes da prescrição e se o uso poderá trazer benefícios ao paciente. Irá determinar de forma individualizada qual a dose e fará o acompanhamento do tratamento.

No Brasil, o Minoxidil oral é comercializado apenas nas farmácias de manipulação. É importante ressaltar que seu uso deva ser feito apenas sob prescrição médica.

 

Nota: Ressaltamos que a Sociedade Brasileira de Dermatologia, por ser entidade filiada a AMB, reúne médicos especialistas em cuidados com pele, cabelos e unhas, tem suas bases fortemente sustentadas por publicações científicas internacionais, inclusive por consensos e por medicina baseada em evidências. Não existem outras entidades reconhecidas pela AMB que exerçam esse papel.

 

Referências Bibliográficas

  1. Kanti V, et al. Evidence-based (S3) guideline for the treatment of androgenetic alopecia in women and in men – short version.J Eur Acad Dermatol Venereol. 2018 Jan;32(1):11-22
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