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Houve uma negociação entre as entidades médicas de São Paulo e a Intermédica, em 2012, assim como com a maior parte dos planos de saúde. O movimento médico havia decidido que denunciaria à opinião pública os nomes das empresas que não estivessem pagando honorários considerados dignos pela classe. A Intermédica, então, mandou uma proposta de consulta a R$ 50 a partir de janeiro de 2013 para todos os prestadores de serviços médicos no Estado de São Paulo. No entanto, a operadora condicionou este reajuste a não ter seu nome divulgado entre aquelas que deixaram de atender plenamente as reivindicações dos médicos.

Contudo, a maior parte das empresas, após negociação, chegou a R$ 60 pela consulta, considerado um valor mínimo e ético naquele contexto. Por isso, para manter nossa credibilidade enquanto negociadores e reconhecer o avanço relativo a esses planos, decidimos divulgar que a Intermédica, apesar de ter negociado com os médicos, não atingiu o patamar mínimo definido.

Para nossa surpresa e indignação, em represália, a Intermédica decidiu não aplicar a proposta de reajuste apresentada com base em suas próprias planilhas de custo e manteve, neste mês de janeiro, o valor de R$ 25 pela consulta. Vale lembrar que os honorários pagos por esta empresa estão entre os mais defasados, fato este que permite a prática de concorrência predatória em relação aos demais planos de saúde.

Ao tomar esta atitude, a Intermédica desrespeita claramente os médicos credenciados, toda a classe médica e principalmente os usuários que contratam seus serviços na expectativa de receber assistência de qualidade à saúde de sua família. Trata-se de uma grave situação, por isso recomendamos a todos que trabalham com essa empresa que tenham cautela e busquem alternativas de prestação de serviços onde seja mais ética a relação com nossa classe profissional.

Por fim, ressaltamos que a Associação Paulista de Medicina, o Cremesp, o Simesp e a Academia estão abertos a retomar a negociação com a Intermédica para que esta aplique o valor de R$ 50 a consulta e possa melhorar ainda mais a remuneração em 2013. Neste sentido, esperamos uma postura de bom senso e respeito por parte dos dirigentes da empresa.

Florisval Meinão
Presidente da Associação Paulista de Medicina

Renato Azevedo Júnior
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

Cid Célio Jayme Carvalhaes
Presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo

Affonso Renato Meira
Presidente da Academia de Medicina de São Paulo

Fonte: Camila Kaseker