Pesquisar

A alergia alimentar é uma condição relevante entre crianças pequenas, abaixo dos dois anos de idade. Na literatura científica sua explicação aparece como “marcha atópica”, uma história natural de manifestações alérgicas que tem como característica basal a hereditariedade. Ou seja, quadros alérgicos que surgem, aumentam e diminuem ao longo da vida, na medida em que o ser humano se desenvolve e cresce. Há, em muitos casos, a associação dessa passagem com a intolerância ou alergia ao leite e, de forma reduzida, em relação a outros alimentos. A alergia alimentar verdadeira, portanto, é mais rara nas crianças maiores e nos adultos.

 

Alimentos x alergia da pele

Os principais alimentos ou grupos de alimentos que podem desencadear problemas de pele, nas crianças maiores e nos adultos, embora seja algo raro, são o amendoim, o camarão ou o kiwi. Também é possível ter alergia ao ovo, ao leite de vaca e seus derivados. Parar de consumir tais ingredientes é o melhor e mais óbvio caminho para acabar com a questão.

Diagnóstico e tratamento

Sobre o diagnóstico da alergia, os testes, tanto aqueles in vivo, conhecidos como “Prick Test”, como os in vitro, chamados de “RAST” ou “ImmunoCAP”, são para triagem geral. A confirmação, todavia, é feita pelo desafio oral controlado, algo feito sob supervisão médica.

Quanto ao tratamento medicamentoso da alergia alimentar, ele é usado para tratar sintomas e não a alergia em si.

Sobre a dermatite atópica

Após entender que casos de problemas de pele relacionados à alergia alimentar são raros, é hora de explicar o que é a dermatite atópica. Isso acarreta um melhor entendimento, um diagnóstico mais preciso e também um tratamento com altos níveis de efetividade.

A dermatite atópica é uma dermatose inflamatória crônica e recorrente. Ela vem acompanhada de coceira (prurido) e se manifesta em localizações típicas, de acordo com a faixa etária. A pele da pessoa que sofre com a enfermidade é ressecada e com alterações imunológicas. Esses fatores são geneticamente determinados, mas com desencadeantes internos e externos.

As lesões são vermelhas e podem atingir face e superfície de extensão dos membros até por volta dos dois anos de idade. Dos 2 aos 12 anos são áreas avermelhadas, descamativas e com tendência a se localizar nas dobras dos braços e pernas. Após os 12 anos as lesões são secas, espessadas e podem estar em qualquer lugar do corpo, mas com preferência por dobras. Em qualquer fase da vida podem ocorrer surtos.

Ela é uma doença muito complexa do ponto de vista da fisiopatologia e do tratamento.

Dermatite atópica tem cura?

A dermatite atópica possui tratamento, mas não é possível falar em cura de doenças geneticamente determinadas. No entanto, com as medidas corretas, indicadas por um profissional de saúde gabaritado, e medicação adequada é possível conseguir um bom controle, na maioria dos casos.

Dermatite atópica tem prevenção?

Sua prevenção começa na gestação da mãe atópica ou com histórico familiar da doença. É recomendado o uso de hidratantes adequados no período. Alguns médicos preconizam o uso de probióticos a partir do sexto mês de gestação também.

As crianças pequenas, com tendência atópica, devem hidratar bem a pele. Também recomenda-se o uso de probióticos até os 5 anos de idade.

Caso a pessoa desconfie que está com dermatite atópica ou tem um filho com tais características, ela deve procurar o auxílio especializado, com dermatologista, alergista ou pediatra.

 

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico do dermatologista e alergista Mario Cezar Pires.