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A FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora do setor de saúde nos Estados Unidos, aprovou o uso do Daxxify recentemente. Ele está sendo comparado pela mídia como “o substituto do botox”. A promessa é que o produto dure dois meses a mais do que as toxinas botulínicas já presentes no mercado. Mas será que é correto afirmar isso?

Para desvendar essas e outras dúvidas a respeito do tema que permeia as redes sociais e os sites de notícias, convidamos a dermatologista Alessandra Romiti, assessora do departamento de cosmiatria da SBD, para a discussão:

“No mundo, atualmente, estão aprovadas diversas marcas de toxinas botulínicas. As toxinas são produtos biológicos. Apesar de existir, na literatura, alguma correlação entre as unidades e potências dessas toxinas, sabemos que são produtos distintos. Ou seja, são feitos de maneiras diferentes, então não podem ser absolutamente comparáveis, apesar de ter uma relativa equivalência. 

Foi aprovado pelo FDA, recentemente, uma nova toxina botulínica. Ela traz como característica particular ser uma toxina purificada, ou seja, com pouca quantidade de proteína no invólucro, e estabilizada por um peptídeo, diferentemente da estabilização das demais substâncias presentes no mercado atual. É, portanto, uma manufatura um pouco diferente. 

Os estudos envolvendo esta toxina, quando comparados com as mais estudadas, como a do botox, mostrou que ela pode manter resultados por um período maior. Só que sabemos que a durabilidade do procedimento depende de sua dosagem. 

A maioria desses estudos feitos com a nova toxina utilizou doses maiores do que seria o equivalente ao utilizado no botox convencional. O que temos que analisar, com o tempo, é se usando as doses convencionais da novidade ela vai se manter com uma duração maior ou se vai ser necessária uma dose muito maior para estender o resultado (o que impacta no custo e no risco de efeito colateral). 

Quando um produto é lançado, ele precisa primeiro ser observado para aí sim percebermos se existe uma real vantagem. Agora, o que sabemos é que todas as toxinas aprovadas disponíveis no mercado são eficazes, seguras e podem ser utilizadas de maneira tranquila. Dizer que essa nova vai substituir as outras, no curto prazo, não. Pode sim agregar.”

Sobre a durabilidade da toxina botulínica:

Ela varia de acordo com o paciente e o ciclo do tratamento. 

Nos dois primeiros meses é possível notar uma diminuição da força muscular mais intensa. Entre o segundo e o quarto mês após o procedimento, todavia, a força muscular vai voltando aos poucos. 

Pacientes que fazem muita atividade física podem ter uma durabilidade menor do tratamento com a toxina botulínica. Características individuais, além dessa, podem fazer o mesmo. 

As principais indicações para o uso da toxina botulínica, atualmente:

  • suavização de rugas dinâmicas da face;
  • tratamento de rosácea;
  • tratamento de hiperidrose (excesso de suor);
  • bruxismo;
  • enxaqueca.