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A Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP) vem a público prestar esclarecimentos sobre notícias recentes que relacionam a vacina contra a Covid-19 fabricada pela empresa norte-americana de biotecnologia Moderna a efeitos adversos em pessoas com preenchimento facial.

A vacina da Moderna apresentou 94,1% de eficácia em teste duplo-cego que contou com 30.420 voluntários – metade foi vacinada e a outra metade recebeu um placebo. Os resultados foram publicados no final do ano passado na revista científica The New England Journal of Medicine (NEJM) (Efficacy and Safety of the mRNA-1273 SARS-CoV-2 Vaccine | NEJM). Entre esses mais de 30 mil voluntários, duas mulheres de 46 e 51 anos, que haviam feito preenchimento facial de dois a seis meses antes do teste, relataram inchaço no local de aplicação dos preenchedores.

Duas pessoas em um grupo de mais de 30 mil não é considerado um número estatisticamente significativo. Além disso, efeitos colaterais advindos da aplicação de preenchedores faciais não são apenas raros, mas também transitórios e benignos. Geralmente, eles se caracterizam pela presença de sinais inflamatórios (inchaço, vermelhidão, calor e dor no local da aplicação do preenchedor) e respondem bem ao tratamento, que é individual e deve ser sempre prescrito por um dermatologista.

Toda vacina provoca reação imunológica, que varia individualmente. Pessoas que têm preenchimento e que tomarem a vacina contra a Covid-19 devem procurar seu dermatologista se notarem qualquer tipo de reação a fim de fazer o tratamento adequado.

Portanto, a aplicação prévia de preenchedores não representa contraindicação para receber qualquer tipo de vacina. A SBD-RESP reforça que os benefícios da imunização contra a Covid-19 são muito maiores que eventuais complicações em pessoas que fizeram preenchimento facial.

Matéria desenvolvida com o auxílio técnico do médico dermatologista Dr. Paulo Criado.