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A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com auxílio de seu Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, divulgou, nesta quinta-feira (2), uma nota de esclarecimento para a população sobre a varíola de macaco. 

Até o momento não foram notificados casos no Brasil. No entanto, para a entidade é importante reforçar junto às pessoas a necessidade de cuidados e de respeito às medidas de vigilância sanitária.

Confira o documento na íntegra clicando aqui.

A varíola do macaco, uma infecção viral considerada zoonose, pois é transmitida, em geral, por contato com animais provenientes de florestas africanas, tais como roedores e macacos, tem semelhança no quadro clínico com a varíola humana, erradicada por volta dos anos 1980. No entanto, recentemente tem sido relatado um número aumentado de casos fora do continente africano, ao mesmo tempo e em diversos países, fugindo do contexto registrado no passado. Os últimos dados apontam a existência de mais de 130 casos em 19 países, com 100 pessoas em investigação.

Transmissão

Sobre as formas de contaminação, a SBD esclarece que as vias principais são as mordidas de animal ou a manipulação de espécimes já infectados. Há relatos de surtos com transmissão entre humanos, o que, segundo a Sociedade, envolve a necessidade de contato próximo, em geral, de formas direta (com fluidos corporais) ou indireta (com pertences de doente). No entanto, ambos de baixa infectividade.

A SBD chama a atenção para alguns fatos que estão sendo investigados: o primeiro deles é de que, em alguns países, os pacientes não tinham estado no continente africano e negavam contato com animais doentes, mas haviam tido passagem por áreas com aglomeração ou favoráveis ao contato direto de pessoas. Também foi registrado predomínio de casos envolvendo homens que fazem sexo com homens. Isto levantou dúvida sobre a possibilidade de contágio ter ocorrido por via sexual.

Conforme esclarece o documento da SBD, a manifestação clínica dessa doença ocorre por meio de lesões de pele. Inicialmente surgem pequenas bolinhas que, rapidamente, se transformam em bolhas com pus. Ao romperem formam crostas que caem, permanecendo como pequenas feridas. Há registros de outros sinais, como febre, mal-estar, ínguas (gânglios aumentados), dor de cabeça e dor no corpo.

Infecções

Após o contato, a nota esclarece que os sintomas podem surgir entre seis a 14 dias, podendo levar até 21 dias. Raramente complicações ocorrem. Todavia, infecções bacterianas secundárias e o acometimento cerebral (encefalite) devem ser observados. 

Diagnóstico

Com relação ao diagnóstico, o documento da SBD explica que ele pode ser feito se suspeitado, a partir de histórico de viagem para locais onde a doença tem maior ocorrência ou por contato com animais e pessoas doentes de forma semelhante.

Finalmente, o documento produzido pela SBD propõe algumas medidas de prevenção. Entre eles podemos citar a veiculação de alertas sonoros nos aeroportos, para que os viajantes sejam conscientizados sobre a doença. Além disso, foi também recomendado às autoridades sanitárias brasileiras uma ação contínua para controle de eventuais casos suspeitos, para que haja investigação e vigilância epidemiológica dos contatos e afastamento das pessoas até a recuperação (em geral até 3 semanas).

“Por se tratar de doença com manifestação cutânea, a SBD, por meio de seu Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias, está atenta à evolução desse problema de saúde pública com objetivo de manter profissionais da saúde e população adequadamente orientados e evitar situações de pânico”, declarou o coordenador do Departamento, Egon Daxbacher.