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A toxina botulínica é uma substância de aplicação médica e cosmética originária de uma bactéria chamada Clostridium botulinum. Para fins estéticos, a proteína começou a ganhar reconhecimento através do trabalho do oftalmologista Dr. Alastair Carruthers e sua esposa, Jean Carruthers. Suas pesquisas envolvendo o produto, entretanto, envolviam pacientes com tremor nas pálpebras. Porém, os médicos canadenses começaram a perceber que, além da diminuição dos espasmos, a área do tratamento apresentava uma diminuição nas rugas. A partir de então, a toxina passou a ser considerada também para o uso cosmético, segmento que até hoje evolui quando o assunto é área de aplicação e refinamento de sua pureza.

Finalidades

Na dermatologia, a toxina botulínica possui três usos majoritários:

  • Para o tratamento das chamadas marcas de expressão, que aparecem por contração muscular. Inicialmente, o foco do tratamento era a parte superior do rosto, chamado terço superior, onde encontramos os pés de galinha e linhas na testa. Agora já é possível otimizar o contorno facial e até rugas no pescoço com o injetável.
  • Para o tratamento da hiperidrose, que é o excesso de suor. Ela pode ser aplicada, além das axilas, na cabeça, mãos, pés e virilha.
  • Em quadros de hipertrofia de masseter, que é o aumento do músculo ligado à mastigação, ou o bruxismo, que é o ranger ou pressão excessiva dos dentes. Com a aplicação da toxina botulínica na área é possível diminuir o tamanho desse músculo e evitar a pressão local, aliviando os sintomas que podem desencadear desgaste dentário e dores de cabeça.

Cuidados

O ideal é que a toxina botulínica seja aplicada por um médico capacitado, que conhece bem a anatomia do corpo humano. Sua má utilização pode resultar em problemas como queda de pálpebra e secura nos olhos. Em casos mais graves, como a aplicação equivocada na área do pescoço, pode desencadear problemas na musculatura que auxilia a deglutição. Também é necessário um acompanhamento médico na hora da escolha do produto, já que existem várias marcas de toxina no mercado, sendo algumas consagradas e outras que não vão entregar uma boa durabilidade do procedimento, que deve durar em torno de quatro ou cinco meses.

É muito importante respeitar o intervalo entre as sessões com a toxina botulínica. Não é aconselhado a reaplicação da substância com intervalo menor do que três meses. Caso isso ocorra, pode ser que o corpo produza anticorpos para a proteína, fazendo com que o produto não funcione mais.

 

Benefícios

O tratamento com a toxina botulínica confere ao paciente um aspecto rejuvenescido na área de aplicação, minimizando rugas e marcas, bem como entregando um aspecto mais relaxado.

Nos casos de hiperidrose, há uma melhora nos quadros de transpiração excessiva, que prejudica as interações sociais de quem não consegue, por exemplo, manter uma roupa seca ao longo do dia pelo excesso de líquidos que são depositados ali pelo corpo.

Contraindicações

A aplicação de toxina botulínica é contraindicada para gestantes, pessoas que possuem alergia a algum componente da fórmula, pacientes que estão tomando certos antibióticos e infecções locais. Do mais, é um procedimento bastante seguro se feito por um profissional habilitado.

Efeitos colaterais

Quando a aplicação é feita de forma correta, o máximo que o paciente pode sentir é o aparecimento de marcas roxas (hematomas) no local onde foi realizado o tratamento. Em alguns casos, mas de forma mais discreta e associada a uma primeira aplicação, alguns pacientes relatam dores de cabeça e sensação de testa “pesada”.

 

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico da médica dermatologista Dra. Silvia Zimbres, graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Dermatologia Clínica e Cirúrgica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Dermatologista responsável pela Clínica Doux.