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A rosácea é uma doença crônica muito comum no Brasil. Ela afeta a pele e, em diversas ocasiões, é confundida com um quadro habitual de alteração de cor das bochechas, por causa de uma emoção mais forte, atividade física intensa ou alimentação bem temperada. É importante, todavia, saber identificar o problema e fazer com que ele seja tratado e controlado.

 

O que é a rosácea, como e onde ela surge?

A rosácea é uma doença inflamatória da pele que ocorre, principalmente, no rosto. Dependendo de sua forma, ela pode ser caracterizada por um vermelhão da pele, sensação de calor mais ameno ou ondas intensas de calor, os chamados flushing. Também pode ocorrer um aumento dos vasinhos (telangiectasias) no local afetado ou aparecimento de pápulas e pústulas, estruturas parecidas com o que temos com a acne (espinhas).

Embora a face seja o lugar mais comum para o surgimento da rosácea, outras áreas podem ser acometidas, como o V do decote ou manifestação nos olhos.

Quais são os gatilhos para o aparecimento da doença?

Algumas pessoas possuem maior predisposição genética ao aparecimento da rosácea. Estudos científicos buscam refinar essa informação, porém ainda sem dados muito conclusivos.

Para quem é predisposto, a rosácea pode surgir através de alguns gatilhos muito comuns do dia a dia:

  • alterações de temperatura (frio ou calor);
  • variações hormonais;
  • alimentação muito quente;
  • alimentação muito condimentada (com pimenta, por exemplo);
  • exposição solar;
  • consumo de bebida alcóolica.

Qual é o perfil das pessoas com rosácea?

A rosácea acomete mais adultos jovens. As mulheres são mais propensas a desenvolver a doença do que os homens.

Quais são os primeiros sinais que preciso ter em mente sobre o surgimento da rosácea?

  • Fique atento ao sintoma de rosto muito vermelho, que pode ter essa coloração momentaneamente ou demorando mais para passar;
  • Também é imprescindível observar o aparecimento de bolinhas de pus na área do centro do rosto, desencadeados por fatores citados anteriormente, como alimentação, exposição solar, mudanças hormonais ou alteração de temperatura.

Quais são os principais tratamentos, hoje em dia, para controlar a rosácea?

O tratamento está intimamente atrelado à forma clínica da rosácea. Em casos mais brandos, rotinas de tratamento para a pele, com produtos de skincare, já é um bom protocolo. Tais produtos precisam ter ativos que melhoram a barreira cutânea, assim diminuindo a irritação da pele. Já outros pacientes vão precisar dos chamados tratamentos sistêmicos, que envolvem remédios via oral. Em alguns momentos esse tipo de protocolo é indicado em períodos que costumam desencadear a piora da rosácea, como o inverno ou o verão, dependendo da característica pessoal.

O que uma pessoa com rosácea deve evitar?

A variação de temperatura, como é um fator externo, é mais difícil de ser evitada. Antes que ela ocorra, porém, o ideal é já ir preparando a pele com produtos que fazem do quadro de rosácea algo mais sutil ou confortável. Além disso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, comidas com muito tempero, banhos muito quentes ou frios e também controlar o estresse.

A rosácea tem cura?

Como é uma doença inflamatória, a rosácea não tem cura, mas controle. A pessoa pode ficar livre das lesões através de um cuidado da pele e de hábitos, porém não é possível prometer que tais veias, coloração, sensação de calor e pústulas voltem a surgir.

Pessoas com pele negra têm rosácea?

Não existem tantos relatos sobre a rosácea em pacientes de pele negra, se comparados com pessoas de pele branca. Porém, a rosácea pode sim aparecer em pessoas com fototipo mais alto. O que ocorre é que o diagnóstico tende a ser mais difícil, principalmente a olho nu.

 

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico da Dra. Alessandra Romiti, médica graduada pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Residência em dermatologia no Hospital das Clínicas da FMUSP. Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Membro da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).