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O Drug Delivery é um tratamento de finalidade médica e/ou estética. Ele se baseia em qualquer procedimento no qual rompemos a barreira superficial da pele para melhor penetrar ativos que possam ajudar em tratamentos para o clareamento de manchas, o estímulo de colágeno (em regiões que apresentam perda de elasticidade), a melhora de lesões inflamatórias, como espinhas, ou em quadros de queda de cabelo. A técnica também entrega bons resultados amenizando rugas, suavizando cicatrizes e até mesmo atuando no tratamento de doenças como o vitiligo, a micose e a psoríase.

Tal possibilidade de permeação mais efetiva de substâncias na pele, para fins estéticos ou médicos, faz com que haja um aumento da eficácia dos protocolos.

Como funciona?

O Drug Delivery é uma associação de técnicas específicas, dependendo da indicação médica:

  • Ele pode ser feito através de ferramentas de microagulhamento, que são objetos com pequenas agulhas em seu corpo, agindo através de rolamento e pressão, os populares dermaroller e dermapen;
  • Também funciona através de laser (ablativo ou não ablativo), que causam abertura da pele através do calor;
  • Outra maneira de fazer o Drug Delivery é por plataformas robóticas, que controlam, de forma precisa, a profundidade dos pequenos furinhos feitos na pele, seu tempo de atuação e energia, já que algumas máquinas combinam a permeação mais intensa de ativos com o protocolo de radiofrequência. A tecnologia de radiofrequência gera um calor muito interessante para o protocolo de Drug Delivery robótico, deixando mais tempo os canais da pele abertos e fazendo com que o tratamento seja ainda mais efetivo, principalmente em casos de rugas, rejuvenescimento global e tratamento de cicatrizes de acne.

Logo após a abertura da pele entram em cena substâncias capazes de atingir os objetivos da sessão, como ativos clareadores, nutritivos, hidratantes e assim por diante.

Sessões

O protocolo de Drug Delivery possui intervalos e número de sessões específicas, dependendo da região e extensão da queixa do paciente. As sessões podem ser bastante rápidas, principalmente quando falamos daquelas feitas com laser. Quando são usados aparelhos com menos agulhas, caso do acessório dermapen, ele pode demorar um pouco mais. Também levam mais tempo os protocolos de Drug Delivery em áreas maiores, como para amenizar estrias.

 

    Alguns exemplos de tratamentos versus número de sessões e periodicidade:

  • Tratamento no couro cabeludo: Cinco sessões / Uma vez por mês;
  • Manchas: Sessões quinzenais ou semanais, dependendo da indicação médica. Número de sessão varia de acordo com a intensidade e causa da mancha;
  • Rejuvenescimento: Cinco sessões, em média / Uma vez por mês;
  • Vitiligo: Cinco sessões / Intervalos quinzenais ou mensais.

 

Após o término do protocolo é interessante perguntar ao médico sobre a necessidade de sessões de manutenção, para manter os resultados por mais tempo.

Dói?

Sobre o desconforto apresentado durante as sessões, quando o Drug Delivery é feito através do uso de laser não ablativo, ou seja, que não fazem uma agressão da camada mais superficial da pele, elas não costumam ser muito desconfortáveis. Já em casos de lasers mais intensos, como o Erbium ou o CO2, pode ser necessário o uso de pomadas anestésicas antes da aplicação, para minimizar dores e calores. É necessário, porém, lembrar que a perfuração do Drug Delivery não deve ser muito profunda, uma vez que o alvo é a parte mais superficial da pele. Ou seja, não é um protocolo altamente desconfortável e dolorido.

Contraindicações

As contraindicações dependem muito mais do ativo a ser aplicado do que da plataforma usada para perfurar a pele. Mas, no geral, são contraindicados para pessoas com infecções no local da aplicação, pessoas com predisposição à cicatriz queloidiana, herpes simples ativa e sensibilidade cutânea ativa. Sobre gestantes e lactantes, em alguns casos é possível fazer o Drug Delivery, porém é necessário a liberação do ginecologista/obstetra.

Efeito colateral

Como grande parte dos tratamentos médicos ou estéticos, o Drug Delivery pode ocasionar efeitos colaterais, como infecção local, através do uso de agulhas ou em áreas sem prévia higiene devida. Em menor quantidade, observa-se o granuloma de corpo estranho, quando alguma substância não adequada para a prática penetra na pele e causa reação local. Alergias, sensibilidades e presença de manchas pós-procedimento também podem ocorrer.

 

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico da médica dermatologista Rossana Cantanhede Farias de Vasconcelos (CRM 112.299) – especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, professora do Departamento de Dermatologia da Universidade de Santo Amaro e responsável pelo Ambulatório de Cosmiatria da Universidade de Santo Amaro.