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Foi comunicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia um alerta sobre o uso de medicamentos que podem causar riscos à saúde ou que não agregam valor aos tratamentos dermatológicos. Ele faz parte do projeto “Choosing Wisely Brasil”, iniciativa da American Board of Internal Medicine Foundation (ABIM Foundation), dos Estados Unidos.

Em 2020, a SBD foi convidada para analisar uma série de procedimentos e abordagens clínicas para a sua área de atuação. A iniciativa, criada em 2012, já fez parceria com entidades de mais de 25 países.

Para chegar à lista de dez recomendações, 13 especialistas convidados pela SBD se dedicaram a avaliar os temas que compõem o relatório final a partir das percepções de médicos e pacientes sobre as práticas analisadas. O processo foi rigorosamente documentado, com prioridade a testes, procedimentos ou tratamentos utilizados com bastante frequência.

No material foram abordadas informações para pacientes e médicos sobre práticas comuns, mas que muitas vezes não possuem valor agregado referente à dermatologia clínica:

 

Rosácea:

O uso de corticoides para tratar rosácea, além de causar a piora do quadro, também contribuiu para o aumento da resistência terapêutica. Segundo Clívia Maria Moraes de Oliveira Carneiro, coordenadora da Biblioteca da SBD, “O corticoide é contraindicado, pois pode melhorar na fase inicial da prescrição e depois causar piora ao propiciar a vasodilatação, que é a alteração de base da rosácea”, diz.

Acne:

No caso da condução da acne, a médica afirma que, se necessário, o uso de antibiótico tópico deve ser associado a outras substâncias, como retinóides, por curto período.

Vitamina D:

O médico não deve contraindicar o uso de filtro solar em pacientes com hipovitaminose D. Ela deve ser corrigida a partir de suplementação. O uso regular de filtro solar não implica menores níveis de vitamina D, já que ocorre síntese cutânea pela radiação que atinge a pele através do vestuário, áreas não cobertas pelo filtro e mesmo através do filtro solar, em menor proporção.

Couro cabeludo:

Não usar antifúngicos tópicos no tratamento da tinha do couro cabeludo. Para o tratamento é imperativo o uso de medicação oral até a negativação da cultura por fungos. Os antifúngicos tópicos não penetram facilmente no folículo piloso e podem resultar em complicações relacionadas ao atraso na instituição do tratamento correto.

 

Para conferir todos os tópicos abordados, acesse o material completo na página da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Facebook.

 

O grupo teve a coordenação do médico dermatologista Hélio Miot e participação dos seguintes médicos especialistas: Andrea Ramos (Minas Gerais), Clívia Carneiro (Pará), Paulo Criado e Luciana Abbade (São Paulo), Caio Castro (Paraná), Magda Weber e Renan Bonamigo (Rio Grande do Sul), Mayra Ianhez (Goiás) e Pedro Dantas (Sergipe).

Também participaram os residentes Camila Saraiva Almeida, do Serviço de Dermatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Paula Hitomi Sakiyama e Thiago Augusto Ferrari, ambos do Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Casa de Curitiba.