Pesquisar

Liderada por membros do Yale Cancer Center, equipe multidisciplinar da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, definiu um subgrupo de mutações genéticas presente em um número significativo de casos de melanoma. O estudo, publicado na edição de 27 de julho de 2015 da revista Nature Genetics, lança luz sobre uma mutação importante relacionada à doença e pode levar a terapias mais direcionadas.

O papel das mutações em vários genes e alterações genômicas no desenvolvimento do melanoma – tipo de câncer de pele com mais de 70.000 novos casos registrados por ano nos Estados Unidos  –  é bem estabelecido e continua a ser foco de intensa pesquisa. No entanto, em cerca de 30% dos casos as anormalidades genéticas ainda não são claras. Para aprofundar a compreensão dessas mutações, a equipe de Yale realizou uma análise abrangente fazendo o sequenciamento de mais de 200 amostras de pacientes com melanoma.

Com base em seus conhecimentos em câncer, Genética, Biologia Computacional, Farmacologia, e outras áreas, a equipe também testou a resposta de células tumorais com mutações específicas a drogas contra o câncer. Os pesquisadores confirmaram que um gene conhecido como NF1 é o  protagonista no desenvolvimento desse tipo de câncer de pele.  “A principal conclusão é de que aproximadamente 45% dos melanomas que não envolvem mutações de BRAF ou de ARN exibem perda da função do gene NF1, o que conduz à ativação da mesma via que causa o câncer”, explica o médico Michael Krauthammer, professor-associado de Patologia e um dos autores do estudo.

Além disso, pesquisadores observaram que pacientes com melanoma que tinham mutação NF1 eram mais idosos e apresentavam maior número de alterações nos tumores, incluindo mutações na mesma sequência conhecidas como genes RASopathy.

Mas, segundo Ruth Halaban, cientista-sênior de pesquisa em Dermatologia, membro do Yale Cancer Center e principal autora do estudo, mutações em NF1 não são suficientes para causar câncer de pele. “É preciso haver mudanças adicionais para que haja um tumor”, explica. “Nosso estudo identificou alterações em cerca de 100 genes presentes apenas nas células malignas que são as possíveis causadoras da doença. Esse painel de genes pode ser usado para diagnosticar lesões malignas com mais precisão e para personalizar o tratamento.”

Ao testar a resposta das amostras de melanoma para dois medicamentos anti-câncer, os pesquisadores também determinaram que, além de alterações no gene NF1, vários fatores necessitam ser testados para prever a resposta a medicamentos. “Isso abre a porta para mais investigações”, declara Ruth, que também é a pesquisadora principal de câncer de pele do The Specialized Programs of Research Excellence (SPORE) da Escola de Medicina de Yale.

 

FONTE: http://www.eurekalert.org/pub_releases/2015-07/yu-ysi072615.php