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Trocar a bolsa e a mochila por uma ecobag, prender o cabelo, lavar a roupa assim que chegar em casa. Veja aqui, essas e outras recomendações para profissionais de saúde que precisam manter suas atividades durante a pandemia da COVID-19:

ANTES DO TRABALHO

* Leve somente o necessário: crachá, celular, carregador, chave sem chaveiro e álcool gel.
* Para acomodar seus objetos, não use bolsa, mochila ou pasta de couro ou de qualquer outro material, mas uma ecobag ou sacola de tecido lavável (resistente à máquina de lavar).
* Utilize apenas calçado tipo Crocs (sem furos).
* Saia de casa com roupas que possam passar por lavagem e secagem em máquina.
* Não use adereços (brincos, anéis, aliança, colares, pulseiras,), cintos etc.
* Deixe tudo o que for possível no hospital. Se for necessário trazer algo para casa, coloque em um saco de plástico fechado e acomode na ecobag.
* Cabelos longos e soltos ficam mais expostos e sujeitos a contato com superfícies contaminadas sem que se perceba. Portanto, vá trabalhar com o cabelo preso.
* No trajeto para o trabalho, máscara cirúrgica e bonés, chapéus ou gorros podem ajudar a diminuir a exposição dos cabelos se alguém espirrar ou tossir por perto (lembrando que é necessário fazer a higienização diária deles e descartar a máscara depois do uso).

DURANTE O TRABALHO
* Use a roupa privativa do hospital.

* Use toucas descartáveis. E evite levar as mãos aos cabelos ou coçar a cabeça sem antes lavá-las ou higienizá-las com álcool 70% ou álcool gel. Assim como o hábito, quase involuntário, que muitas pessoas têm de levar as mãos ao rosto, algumas fazem o mesmo com o cabelo. Claro que o toque no rosto é muito mais importante para a evolução da COVID-19, uma vez que a infecção se dá pelas mucosas, mas tocar o cabelo e o couro cabeludo pode fazer desses locais reservatórios naturais para o vírus.
* Não compartilhe presilhas, pentes e outros objetos de uso pessoal.
* Tome banho no hospital antes de colocar a roupa de voltar para casa e aproveite para lavar o calçado.
* Cuidado ao manusear a roupa hospitalar na hora de tirá-la. Lave as mãos antes e depois de tirar a blusa; antes e depois de tirar a calça e assim por diante.
* Para a limpeza do celular, utilize álcool gel isopropílico 70%. Durante o trabalho em hospitais ou ambulatório, o aparelho pode ser mantido em um saco plástico ou envolvido por filme plástico de PVC, que devem ser descartados no final do dia.
* Uma boa dica para proteger a face é utilizar equipamentos inspirados nos EPIs full face da construção civil. Eles ajudam a impedir o hábito de levar as mãos à face, além de permitir, quando necessário, que você se aproxime mais do paciente. Para a higienização, basta água e sabão, pois o álcool deixa o acrílico opaco.

DEPOIS DO TRABALHO
* Mantenha fora de casa o calçado que você utilizou para ir trabalhar.
* Passe álcool gel nas mãos antes de entrar em casa.
* Se possível, entre pela área de serviço (que deve ser mantida o mais ventilada possível) e coloque as roupas usadas no trabalho para lavar (roupas de trabalho devem ser lavadas diariamente). Cuidado com a contaminação no lado externo da máquina. Passe álcool 70% nas partes em que você tocou. As roupas também podem ser lavadas em baldes. Deixe-as de molho por duas horas com detergente líquido.
* Deixe a máquina de lavar roupas livre para as peças utilizadas no hospital – não lave com outras roupas, suas ou de seus familiares.
* Ao chegar em casa, lave a ecobag e deixe-a guardada em um armário exclusivo para isso. Os objetos que você guardou na ecobag devem ficar permanentemente em uma sacola plástica.
* Se possível, reserve um banheiro da casa exclusivamente para o banho que você deve tomar assim que chegar do trabalho.
* Lembre-se: cada morador da casa deve ter toalhas de rosto e de banho de uso exclusivo.

EPIs: O QUE O CREMESP RECOMENDA
Máscara – modelos capazes de bloquear aerossol, como N95 ou PFF52, devem ser utilizadas em UTIs e ambientes em que houver concentração de casos suspeitos e/ou confirmados (mais do que um paciente). Máscaras cirúrgicas devem ser utilizadas por pacientes com sintomas respiratórios e por quem manteve contato de curta duração (até 15 minutos a uma distância de cerca de dois metros) com essas pessoas.

– Viseira – deve ser adotada em situações como intubação orotraqueal (IOT), ou aspiração de paciente intubado. A viseira não substitui a máscara (o correto é usar máscara com viseira por cima), mas serve como medida protetora da mesma, reduzindo o risco de que secreções caiam sobre a máscara e a inutilizem.
– Óculos – utilizar quando existe a possibilidade de liberação de fluidos, como durante IOT, aspiração de vias aéreas e também durante o banho do paciente, entre outras, sempre associado ao uso de máscara N95 e, se disponível, à viseira.
– Avental – Obrigatório para situações de contato direto com paciente. Recomenda-se o uso de avental impermeável descartável.

– Luvas – Não devem promover a falsa sensação de segurança que leve os profissionais a desvalorizar o ato de lavar as mãos. Todos devem lavar as mãos antes da paramentação a após a desparamentação.
– Macacão –o uso de macacão Tyvek, conhecido como “ebola” ou “júpiter”. Muito útil, mas cuidado, pois existem evidências de que boa parte dos profissionais pode se contaminar no momento da desparamentação.

A IMPORTÂNCIA DE HIGIENIZAR O CABELO
Muito se tem falado sobre a importância de lavar as mãos e desinfetar superfícies e roupas para evitar disseminação e contágio pelo novo coronavírus. O cabelo também deveria ser lembrado nessas recomendações como importante fonte de contaminação e reservatório do vírus. Como o fio é inerte, cabelos longos podem ter contato com superfícies contaminadas. Dessa forma, é importante se conscientizar da importância de cuidar da higienização dos cabelos durante a pandemia da COVID-19.

Assim como o sabão, o sabonete e o detergente, os shampoos também têm surfactantes em sua composição. Esses surfactantes são responsáveis por remover oleosidade excessiva, sujeira e microorganismos do couro cabeludo e dos fios de cabelo, mantendo-os saudáveis e limpos.

Durante a pandemia da COVID-19, recomenda-se que se dê preferência a shampoos com surfactantes do grupo sulfato na fórmula, como, por exemplo, lauril éter sulfato de sódio e lauril sulfato de sódio, pois são mais potentes. Atenção: a técnica no poo, em que se lava o cabelo sem utilização de shampoo, só com água, e low poo, em que se usa shampoos sem sulfato para limpar os fios, podem não ser suficientes para eliminar o vírus adequadamente.

Fontes: Cremesp, Dr. Hamilton Stolf, Professor Colaborador da Disciplina de Dermatologia da FCM-Unicamp (Campinas, SP); Dr. Nilton de Ávila Reis, Dermatologista da Clínica Doppio, especializada em tratamento capilar (SP); Drª Luciana Conrado, Doutora em Medicina pela FM-USP (SP).