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O laser como nós conhecemos hoje entrou na vida dos pacientes em 1963, quando o médico Leon Goldman utilizou a tecnologia pela primeira vez (do tipo “rubi”) para tratar doenças cutâneas. De lá para cá, sua aplicação se expandiu para inúmeras indicações, como a remoção de tatuagens, a melhora da firmeza da pele, a remoção de vasos e de manchas, além, é claro, de ser usado amplamente, e em todo o mundo, para a depilação. 

Conversamos com o médico dermatologista Dr. Moyses Costa Lemos sobre a tecnologia, especificamente voltada para o tratamento de doenças dermatológicas, e desvendamos algumas dúvidas muito comuns entre pessoas que chegam ao consultório curiosas a respeito do protocolo envolvendo feixes focados de luz. 

O Dr. Moyses Costa Lemos possui graduação em medicina pela Universidade de São Paulo (USP) / Ribeirão Preto, especialização em cirurgia dermatológica (fellow SBD/SBCD do curso de formação em cirurgia micrográfica) e mestrado no programa de pós-graduação em biotecnologia multidisciplinar pela Universidade Federal de São Carlos. 

Quais são as principais doenças de pele tratadas por meio do laser?
As principais doenças tratadas por meio do laser são:

  • a rosácea, que é uma doença inflamatória não contagiosa e que causa lesões semelhantes a vasos e espinhas na face;
  • as doenças contagiosas, como verrugas virais;
  • as micoses de unha. Em associação com medicações, esse protocolo aumenta a efetividade final do tratamento. 

Poderia explicar, resumidamente, como funcionam tais principais protocolos?
Na rosácea a ideia é usar o laser para secar os vasinhos e diminuir a inflamação da doença. Já nas verrugas virais fazemos um efeito ablativo e coagulativo, ou seja, cortar e queimar a verruga. Por fim, na micose de unha o efeito do calor inibe o crescimento do fungo causador da doença.

O laser para tratar doenças de pele pode ser usado por pessoas com fototipo alto (pretas)?
O laser pode usar hemoglobina, melanina e água como alvo para agir na pele. Nos casos de laser com alvo em melanina (pigmento da pele) precisamos usar com cuidado em pessoas com fototipo alto.

Quais são as principais contraindicações do uso do laser no tratamento das doenças de pele?
Em doenças ativas, como herpes, e em peles bronzeadas o laser deve ser postergado.

O melasma (manchas escurecidas específicas e de base hormonal) pode ser tratado com laser ou ocorre efeito rebote ao final do tratamento?
Nunca a primeira indicação é o laser no tratamento do melasma. Ele deve ser utilizado como terapia, portanto, nos casos em que os tratamentos tópicos e orais foram inefetivos. Lembrando que o melasma é uma doença crônica e precisará de acompanhamento e tratamento por muitos anos – talvez por toda a vida.

Quais doenças não podem ser tratadas com laser, podendo até piorar em contato com a tecnologia?
Temos que tomar cuidado com o uso da tecnologia do laser em doenças que reagem à luz, como o LÚPUS e outras doenças de pele que reagem a este estímulo.