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Janeiro é o mês dedicado à conscientização, prevenção e combate à hanseníase. A campanha, que é conhecida como Janeiro Roxo e existe desde 2016, é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) que, claro, conta com total apoio da SBD-RESP.

Por ser uma doença milenar, uma das mais antigas da humanidade, muitas pessoas acreditam que a hanseníase foi erradicada, o que não é verdade, pois ela ainda representa um problema de saúde pública no Brasil. Com 28.657 novos diagnósticos só em 2018, somos o segundo país no mundo em número de casos, depois da Índia. A maior prevalência está nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Considerada uma enfermidade de populações negligenciadas, as regiões Sul e Sudeste apresentam menor incidência da doença. “Apesar de serem regiões que apresentam condições socioeconômicas melhores, ainda existe muita desigualdade entre o que se passa nos grandes centros e na periferia”, diz a Dra Sandra Durães, coordenadora da Campanha Nacional de Hanseníase da SBD.

Para informar a população, a divulgação da SBD está focada no que é fato e no que é fake em relação à hanseníase. “O baixo número de diagnósticos pode contribuir para mascarar a realidade sobre a incidência. Daí a importância de campanhas como Janeiro Roxo para alertar as pessoas”, diz o hansenologista Wladimir Delanina, do Instituto Lauro de Souza Lima (ILSL), em Bauru, no interior paulista. Segundo ele, por causa de alguns sintomas, é relativamente comum que portadores de hanseníase que ainda não têm conhecimento disso, se consultem com neurologistas e reumatologistas. “A hanseníase é uma grande simuladora de sintomas”, diz o médico.

Atualmente, 70% dos diagnósticos são feitos nos próprios postos de saúde, que fazem parte do que se conhece por atenção básica ou primária, ou seja, o primeiro nível de atendimento do sistema de saúde. “Isso graças ao trabalho contínuo que vem sendo realizado nos últimas três décadas para treinar equipes de saúde da família e outros profissionais de saúde da atenção básica”, conta a Dra  Sandra.

Sinais de alerta

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de evolução crônica, ou seja, o intervalo entre a infecção e as primeiras manifestações clínicas pode levar de 3 a 7 anos, ou até mais tempo.  Quando detectada precocemente, a hanseníase tem cura e não deixa sequelas.

Estas são suas principais manifestações. Procure um dermatologista, caso observe algum destes sinais:

  • Manchas claras, róseas ou avermelhadas no corpo, geralmente com diminuição do número de pelos e redução e até perda da sensibilidade (temperatura e tato);
  • Dormência, diminuição de força, inchaços e formigamentos nas mãos e nos pés;
  • Sensação de choque nas pernas;
  • Entupimento nasal;
  • Problemas nos olhos.

Mais informações no site da SBD