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A alopecia frontal fibrosante é uma doença de desenvolvimento lento e progressivo. Ela é caracterizada como um tipo de alopecia cicatricial, ou seja, que leva à perda irreversível de pelos. Isso ocorre, principalmente, na borda anterior do couro cabeludo e sobrancelhas.

Relativamente nova, sua incidência vem aumentando em todo o mundo desde que foi descrita pela primeira vez, em 1994, na Austrália. Descubra como identificá-la, quais tratamentos estão disponíveis e suas causas.

Identificando

A alopecia frontal fibrosante é um problema de saúde quase que exclusivo de mulheres adultas. Inicialmente, afetava aquelas em idade mais avançada, na pós-menopausa. Hoje em dia, entretanto, o diagnóstico vem sendo feito em idades cada vez mais precoces.

Além do couro cabeludo e sobrancelhas, a doença pode acometer, com menor frequência, os pelos do corpo, cílios e os penugem da face.

Outras manifestações da alopecia frontal fibrosante são manchas escuras no rosto, principalmente entre pacientes de fototipo mais alto. Também há incidência de manchas vermelhas na face, em pessoas com a pele mais clara (fototipo mais baixo). Outra característica são as alterações na textura do rosto, como a presença de “bolinhas” que deixam a pele com aspecto mais áspero.

Causas

A causa para tal problema de saúde ainda é desconhecida. O que se sabe é que o organismo, por algum motivo que ainda é desconhecido pela comunidade científica, começa a atacar e inflamar o folículo piloso, o destruindo.

Genética

Existem pesquisas que tentam correlacionar a doença com um fator genético, por haver casos esporádicos entre membros de uma mesma família. O fato de se desenvolver numa idade mais avançada, além do rápido aumento da incidência, porém, fala contra um fator genético. Isso sugere, portanto, que a alopecia frontal fibrosante pode ser decorrente de um fator ambiental. É possível que nesses casos familiares, então, as pessoas tenham sido expostas ao mesmo desencadeante.

Especula-se que os fatores hormonais possam ter alguma influência na doença também, já que é um problema de saúde quase que exclusivo de mulheres – e também pela resposta ao tratamento com as medicações anti-androgênicas.

Outras teorias

Existem alguns estudos que associam a alopecia frontal fibrosante com o uso de cremes faciais, em especial os protetores solares. Tais estudos não conseguiram, até o presente momento, comprovar a relação de causalidade. Ou seja, até o momento não existem evidências suficientes para estabelecer a relação causal de que os cremes faciais desencadeariam a alopecia frontal fibrosante.

Sinais

Se estiver com perda e/ou falha nas sobrancelhas ou linha de implantação do couro cabeludo avançando para trás (como se a testa estivesse aumentando de tamanho), é importante procurar um dermatologista para avaliação.

Os exames que detectam a alopecia frontal fibrosante são a dermatoscopia (tricoscopia) e a biópsia do couro cabeludo.

Tratamento e cura

A alopecia frontal fibrosante não tem cura, até o momento. O que existe são tratamentos baseados na administração de drogas anti-inflamatórias e anti-androgênicas. Elas controlam a inflamação e a progressão da doença, mas não existe algo que faça com que os cabelos voltem a nascer nas áreas em que o folículo piloso foi destruído. Por isso, é muito importante o diagnóstico precoce.

Por ser uma doença inflamatória,  e que ainda não é sabido quais são os desencadeantes, a orientação profissional é que os pacientes evitem tudo aquilo que irrite a pele e o couro cabeludo.

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico da médica dermatologista Priscila Kakizaki (CRM: 126652).