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A exposição solar é um dos principais desencadeantes do câncer de pele. Falando em um país amplamente banhado pelo sol, como o Brasil, tal quadro é realmente preocupante, uma vez que nem todo mundo possui informações reais sobre os riscos que correm ao se bronzear sem proteção adequada. Separamos algumas dúvidas comuns sobre o tema e desvendamos se elas são verdades ou mitos.

  • Todos os tipos de pele podem desenvolver câncer – VERDADE

Pessoas de pele clara têm mais riscos de desenvolver o câncer de pele. Elas são caracterizadas por indivíduos que se queimam com facilidade ao se expor ao sol; porém, negros e asiáticos também podem ter a doença.

Dica: O primeiro sinal que você exagerou na exposição solar é o aumento da temperatura da pele e, posteriormente, sua vermelhidão. Evite ao máximo tais características.

  • Tenho que tomar cuidado com o sol apenas em momentos de lazer – MITO

70% ou mais da radiação solar que recebemos durante a vida é adquirida no dia a dia. Somente 30% é o impacto dos raios UVA e UVB em momentos de lazer, como praia e piscina. A boa notícia é que é possível curtir o sol sem se queimar, diminuindo assim o risco de manchar, desenvolver rugas, câncer ou pele seca. Usar protetor solar e se proteger da radiação, permanecendo na sombra, são pontos essenciais.

Dica: Evite a exposição das 09 – 15h usando roupas, chapéus, guarda-sol, barraca e óculos.

  • Não consigo analisar riscos de câncer de pele no dia a dia – MITO

É possível fazer um autoexame em casa, para identificar possíveis riscos de câncer de pele. Batizado como ABCDE, é indicado para reconhecer, principalmente, casos de melanoma. Ele leva em consideração a assimetria, bordas, cores, diâmetro e evolução da pinta.

  • Assimetria – Uma metade do sinal é diferente da outra
  • Bordas irregulares – As  bordas do sinal são irregulares ou serrilhadas
  • Coloração variável –  Presença de duas ou mais cores no sinal
  • Diâmetro – Sinais com mais de 6 mm de espessura
  • Evolução – Lesões que mudam de cor, formato ou tamanho

Se observar qualquer lesão suspeita, que sangra, coça, incomoda ou aumenta de tamanho, procure um dermatologista para análise clínica e laboratorial. Em alguns casos a doença está associada a feridas que não cicatrizam, ou até mesmo em cicatrizes.

No caso do carcinoma espinocelular, a aparência da marca é de uma coloração avermelhada que se apresenta na forma de machucados ou feridas espessas e descamativas, que não cicatrizam (e sangram ocasionalmente). Se a ferida não cicatrizar em quatro semanas, portanto, o paciente precisa se consultar com um dermatologista para o diagnóstico correto.

  • Câncer de pele pode aparecer em áreas menos expostas do corpo – VERDADE

De fato, é mais comum achar o câncer de pele em áreas expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, ombros, costas, lábios, pernas e tronco. Porém, ele também pode surgir em qualquer região do corpo, como palmas das mãos, planta dos pés, unhas, couro cabeludo e, até mesmo, em regiões íntimas.

  • O câncer de pele é raro, não devo me preocupar – MITO

O câncer de pele é o mais comum em seres humanos, com mais de 2 milhões de casos previstos no mundo, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Representa 30% dos tumores malignos registrados no Brasil, com mais de 180 mil novos casos anuais, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

  • Qualquer protetor solar ajuda na prevenção do câncer de pele – DEPENDE

Usar protetor é essencial para assegurar a saúde da pele em relação à exposição solar. Porém, é indispensável que ele seja de FPS 30 ou maior. Além disso, o uso diário do produto é essencial. Com o desenvolvimento tecnológico das fórmulas, atualmente, é possível achar filtros que combinam com todos os tipos de pele. Para pessoas com pele oleosa, por exemplo, ele deve ter uma textura mais fluida, livre de óleos e conter ativos que ajudem a controlar o brilho, como o “efeito matte” ou “toque seco”. Também existem protetores específicos para pessoas com pele com tendência à acne ou melasma.

  • Qualquer quantidade de protetor aplicado na pele já funciona – MITO

É necessário aplicar 2g/cm2 de protetor solar na pele para atingir a proteção solar descrita na embalagem do dermocosmético. Uma forma fácil de mensurar é utilizar a regra da colher de chá – uma colher de chá para cobrir rosto, cabeça e pescoço, uma para cada braço, duas para o tronco e duas para cada perna.  A primeira aplicação deve ser feita, pelo menos, 15 minutos antes da exposição solar, de preferência sem roupa e com a maior quantidade possível. Também é necessário aplicar o produto novamente a cada duas horas ou após suar, tomar banho de piscina ou mar.

 

O artigo foi desenvolvido com o auxílio técnico do Dr Elimar Gomes, atual Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo, é Médico Dermatologista e Cirurgião Dermatológico pela UNIFESP | EPM, tem Doutorado em Oncologia pela FAP | AC Camargo Cancer Center – SP, atua como Coordenador do Grupo de Dermatologia do Centro Oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo e é membro titular da SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia, da SBCD – Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e do GBM – Grupo Brasileiro de Melanoma.