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Você já ouviu falar de piolhos em bebês? Pois saiba que, apesar de incomum, pode acontecer, especialmente quando a criança frequenta creche ou berçário, ou tem algum irmão pequeno que vai à escola.

Para saber se o seu filho está com piolho, além da visualização do próprio bichinho, coceira constante e uma área de descamação atrás da nuca, ou das orelhas, costumam ser os sinais mais frequentes. Porém, como bebês não se coçam, vale ficar atenta à irritabilidade, que é a principal pista de que algo está errado.

“O bebê fica irritado, os maiores se esfregam contra o travesseiro e, às vezes, é possível que a criança apresente vermelhidão no couro cabeludo”, diz o pediatra Carlos Junichiro Amino, do Hospital Santa Catarina (SP).

No caso das lêndeas (ovos que os piolhos colocam na raiz do cabelo), que podem ser confundidas com caspa ou com a dermatite seborreica, é a aderência que diferencia cada problema. “Na dermatite seborreica, a casquinha fica grudada no couro cabeludo. Já a caspa é semelhante ao ovo do piolho, mas ela sai com facilidade, enquanto a lêndea fica bem aderida ao cabelo”, conta a dermatologista Flávia Naranjo Ravelli, assessora do Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Tratamento

Os primeiros sintomas podem surgir de 6 a 10 dias após a exposição ao piolho. A partir dos 2 anos, o tratamento costuma ser tópico, ou até mesmo oral, o que vai depender do nível de infestação e do peso da criança.

Nos bebês, ressaltam os médicos, o cuidado é sempre tópico e indicado por um pediatra ou dermatologista. “A pele do bebê é muito sensível, por isso é importantíssimo procurar o médico para ele indicar o melhor tratamento”, alerta Amino.

Geralmente, além do medicamento, o médico indica que se passe o pente fino de forma delicada e com muito cuidado nos cabelos da criança. O corte, muito comum no passado, só é indicado como último recurso, ainda assim, com ressalvas, como nunca passar máquina na cabeça de uma criança de meses.

Trocar e lavar a roupa de cama do bebê todos os dias também é essencial para o sucesso do tratamento, bem como observar sofás e outros ambientes frequentados pelo seu filho.

Prevenção

A única forma de se prevenir os piolhos é a observação frequente, que deve ser redobrada ao receber um aviso de casos na escola. Se alguém na casa pegar piolhos é importante também observar os outros membros da família, o que inclui os próprios pais.

Os médicos lembram ainda que não há uma estação do ano onde os piolhos se manifestem mais, mesmo que muitos tenham a impressão de que no inverno há um número maior de ocorrências. “O que acontece é que, nas épocas mais frias, as crianças tendem a ficar próximas, em ambientes fechados, o que facilita o contágio”, diz Flávia.

Por si só, a infestação de piolhos não causa graves problemas. Porém, nas crianças maiores, há risco de infecção por fungos, vírus ou bactérias por conta de eventuais feridas. Se não tratadas, elas podem se espalhar e até levar à internação. As receitas caseiras também costumam ser perigosas, sobretudo para os bebês, que são muito frágeis.

Por fim, vale ressaltar, que piolho não é sinônimo de falta de higiene. “O inseto pode atingir qualquer pessoa, de qualquer idade e classe social. Não tem nenhuma relação com os hábitos de higiene. Os pais podem lavar a cabeça da criança todos os dias e, ainda assim, ela pegar piolho, pois a infestação se dá por contato, de pessoa para pessoa, ou por meio de objetos compartilhados, como pentes e toalhas”, explica Flávia.

Fonte: Revista Crescer