Quem pensa que dermatologia é uma especialidade voltada apenas para a estética está enganado. Há diversas doenças da pele, pelos, mucosas, cabelos e unhas que podem ser diagnosticadas, tratadas e até prevenidas pelo médico dermatologista. E quem pratica esporte está sujeito a vários problemas desse tipo devido à exposição solar frequente, às condições climáticas, umidade, contato físico intenso, suor e outros fatores que podem desencadear, agravar ou provocar dermatoses em atletas.
– Umidade, calor, fricção e maceração facilitam a infecção por fungos. Ambientes contaminados, como banheiros, chuveiros, vestiários e piscinas, somados a uma série de fatores individuais, contribuem para a manutenção da infecção fúngica. O correto diagnóstico realizado por dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia é fundamental para o sucesso do tratamento e, principalmente, para a prevenção dessas dermatoses, melhorando o rendimento dos atletas e evitando a suspensão dos seus treinamentos – explicou a médica.
Micose dos pés (tinea pedis)
Mais comumente chamada de “frieira” ou “pé de atleta” pode ser encontrada na planta dos pés, dorso do pé e entre os dedos. A lesão geralmente tem a borda bem demarcada, coloração avermelhada, descama no centro, e o prurido varia de moderado a intenso. A área entre os dedos dos pés pode ficar “macerada”, descascar, coçar muito e ficar com mau cheiro.
Tinha crural (micose da virilha)
Também apresenta bordas bem delimitadas, com crescimento centrífugo (a parte externa é mais ativa), e o prurido também é intenso. A lesão pode avançar para a coxa, períneo, nádegas e região pubiana.
Onicomicose (micose das unhas)
Caracteriza-se por lesões destrutivas e que deixam as unhas maceradas, com descolamento da ponta. A coloração pode variar de branca para esverdeada. O acometimento ungueal geralmente é secundário ao plantar (sola dos pés).
Como prevenir essas doenças?
– Evite andar descalço em ambientes úmidos como vestiários, saunas, piscinas, enfim, locais de muita circulação.
– Troque as meias todos os dias.
– Seque bem a virilha, os pés e entre os dedos (pode ser usado o secador de cabelos.
– Coloque os tênis, chuteiras ao sol sempre que possível (pelo menos uma vez por semana).
– Aplique talco antisséptico nos pés e entre os dedos antes de colocar a meia.
– Aplique antisséptico em spray nos sapatos duas vezes por semana.
– Não compartilhe meias, calçados ou toalhas.
– Deixe a roupa íntima, meias, uniformes de molho em água com antisséptico antes da lavagem e enxágue.
Como tratá-las?
Segundo Lucila D’Aminco Póvoa, o tratamento é feito com antifúngicos locais, cremes ou soluções contendo os ativos isoconazol, miconazol, cetoconazol, clotrimazol e terbinafina. Nos casos mais intensos e extensos, recomenda-se o tratamento com antifúngico oral por um período que pode atingir até 30 dias.
Fonte: GloboEsporte.com