Pesquisar

A experiência sensorial de bem-estar de passar na pele os cremes prescritos pelo dermatologista é, sem dúvida alguma, uma das grandes características relacionadas ao conceito da prática profissional desse profissional da saúde. Embora seja uma prática que pode estar atrelada, também, a um conceito da sociedade de “glamourização” desse profissional, um dado relevante, e pouco conhecido pelo público geral, é de que, por trás daquele pote, há uma indústria milionária de pesquisa científica.

O precursor ácido retinoico

Há muitas décadas, o mundo acordou com a notícia de que uma classe de substâncias, os retinoides, ou simplesmente chamados de ácido retinoico, eram capazes de rejuvenescer a pele. Usado regularmente sobre a pele, de preferência à noite e substituído durante o dia pelo uso do filtro solar, o ácido retinoico comprovadamente se mostrava estimular a formação de novas fibras colágenas, reorganizar as fibras elásticas danificadas, bem como clarear e normalizar a superfície da pele, deixando-a mais uniforme e sedosa. Pois bem, mas a ciência dos cremes dermatológicos não parou por aí…

Muito mais que descobrir novas substâncias que ajudassem no combate ao envelhecimento da pele, revertendo-o ou prevenindo-o, assim como medicamentos de uso tópico, as indústrias também passaram a entender melhor o público para o qual esses produtos foram desenvolvidos, de forma a atender as necessidades e aspirações dos consumidores.

Estudos e investimento

Estudos epidemiológicos foram conduzidos, de forma a, hoje em dia, termos cremes para diferentes tipos de pele, seja, por exemplo, no tocante às características fisiopatológicas da etnia, grau de dano cutâneo, faixa etária do usuário, mas, também, estudos ambientais, como região geográfica na qual se vive e até taxa de poluição atmosférica, que também requerem a existência de produtos específicos. Isso tudo ajudou aos produtos serem ainda mais eficazes e potentes para atingir o final comum do cuidado cutâneo.

Nessas pesquisas investiram tempo e dinheiro, muito dinheiro… Vitaminas, como a vitamina C e a E, têm demonstrado efeitos benéficos que vão desde uma simples hidratação da pele, passando pela capacidade clareadora e abordagem contra os temidos radicais livres, importantes no processo de envelhecimento.

A ciência por trás dos cremes

Hidratantes cutâneos já conseguem interagir com a umidade ambiental elevada de algumas regiões, atraindo-a para a camada córnea — camada de células mortas da pele –, hidratando-a. Fotoprotetores têm capacidade de proteger a pele contra o raio infravermelho-A, emanado pelo sol e que, também, contribui para o processo de envelhecimento da pele. Extratos vegetais têm se mostrado cada vez mais úteis no tratamento de manchas. Sem contar os veículos dos produtos, cada vez mais agradáveis, de forma a fazer o usuário esquecer de que passou algo na pele… E por aí vai…

Surpreso? Pois bem, é para ficar. A indústria de produtos dermatológicos tem aprimorado a forma direta e mais eficaz de abordar as queixas de seus consumidores. A imensa maioria desses produtos guarda segredos científicos que foram exaustivamente estudados e que fazem jus a cada centavo empregado na compra. Converse a esse respeito com seu dermatologista quando ele for prescrever um produto para você em uma nova consulta.

Fonte: Veja